Sensações Maternas... neste Dia das Mães!!!
Por Lygia Prudente.
Com certeza o amadurecimento da mulher vem,
inconscientemente, com a maternidade. Que sensação gostosa sente o coração ao
acolher e trazer, por nove meses, uma nova vida. O primeiro pensamento, nada
profundo e reflexivo, impõe uma alegria desmedida, natural, mas sem grandes
preocupações. A notícia precisa ser dada e disseminada, efusivamente, como uma
dádiva vinda com a semeadura, como uma promessa de perpetuação. A família
comemora e as primeiras sensações matinais mostram que nem tudo será doce. A
cintura já deixa de ter aquela medida cuidadosamente mantida, e a que preço. Há
um clima de respeito e adoração pelo poder da gestação, inigualável,
incontestável. Alguns meses depois, a apaziguada nos incômodos dá lugar ao
prazer de manter a aparência intacta, trazendo de volta a preocupação com a
vaidade, com o intuito de explorar a maternidade, uma vez que, fisicamente, há
uma mudança radical. O rosto mais parece uma bola, os seios espalham-se com
desenvoltura e disputam com a barriga, cada um na sua proporção, quem mais
cresce a cada dia. Os preparativos começam para a tão esperada chegada. Hoje,
com a antecedência na descoberta do sexo do bebê, já se sabe a cor para o
enxoval, a decoração do ambiente.
Universalmente, períodos de gestação são
similares. Quanto às minhas barrigas, as duas, ainda aconteceram no tempo da
surpresa. Não dispúnhamos de ultrassom que anunciasse o fulano ou a fulana,
rosa ou azul. Por isso mesmo, escolhi a cor laranja para o primeiro filho, e nas
reuniões de família apostas eram feitas na tentativa de acertar o sexo de quem
viria: “barriga redonda, homem; barriga pontuda, mulher”... e assim por diante.
A torcida estava organizada. A tranquilidade e disposição caracterizaram os
meus períodos de gestação, impressionando a todos. No nascimento do
primogênito, eu estava concluindo o meu curso superior e a formatura estava
marcada para 16 de julho, em 1976, e o parto, previsto para o dia 15. A beca só
foi confeccionada na véspera porque eu não tinha mais vontades. O Guilherme
aguentou firme e eu pude estar na festa de formatura, a primeira unificada da
UFS, no Iate Clube de Aracaju. A faixa só se via quando eu virava as costas
(exagero), porque na frente ela estava escondida entre a barriga e os seios.
Claro que o sapato que eu planejei usar no evento não coube. Os pés estavam
inchados e só se acomodaram em uma sandália branca que nada tinha a ver com a
beca. Mas a felicidade, dupla, fazia com que os detalhes não importassem.
Quatorze dias após a formatura, Guilherme Maynard, então veio ao mundo real,
uma sexta-feira à noite, saudável, para a nossa alegria. A ansiedade passou a
tomar conta dos nossos dias, pela expectativa em assegurar a sobrevivência de
um novo ser, indefeso, e criar todas as condições de fazê-lo crescer e
desenvolver-se. As noites mal dormidas (ou não dormidas) foram muitas, porque o
bebê trocava o dia pela noite. Coisas do Guilherme. Na segunda gestação, quatro
anos depois, as minhas sensações eram a mesma e só foi constatada aos três
meses, porque a roupa, já apertada começou a provocar em mim dores abdominais,
às quais o médico chamou de “barriga d’água”.
Nasceu Simone Maynard, desta
feita com quinze dias antes do previsto, ao contrário do prazo estabelecido por
Guilherme e sempre gostou de dormir. Também numa sexta-feira, início de
fevereiro de 1980, à noite, muito esperada pelo irmão. A vibração foi total,
porque na família, eu e Armando Maynard fomos os primeiros premiados com um
casal. Sensação maravilhosa, poder vibrar pelo nascimento de filhos e
saudáveis. E a premiação foi completa, porque são filhos de ouro que já nos
presentearam com dois netos lindos e queridos, dando continuidade à perpetuação
da família. E com a perpetuação, os netos nos envolvem de tal forma que nos
vemos enveredando pelo mesmo caminho da preocupação e ansiedade, na expectativa
de criar filhos, agora netos. Felizes somos nós, Mães!
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lygia Prudente.
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